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Produtividade dos Recursos Humanos

Com mais de uma dúzia de anos de atividade da VetBizz Consulting no mercado veterinário, constatamos que o maior drama dos centros veterinários (CAMV) continua a ser a gestão dos Recursos Humanos, e com maior acentuação nos anos mais recentes, considerando a crescente divergência entre a oferta e procura. Traduzindo: são precisos mais médicos veterinários do que estão (efetivamente) disponíveis no mercado do trabalho. Em 2018 escrevia num dos artigos da Veterinária Atual que “estamos a assistir a uma realidade nova no sector veterinário: os médicos veterinários têm cada vez mais certeza que um dia vão emigrar, que vão deixar de fazer turnos e urgências ou que vão trabalhar para áreas não clínicas no sector da medicina veterinária. O paradigma mudou e, se há uns anos atrás, tínhamos um pseudo-excesso de médicos veterinários no mercado, neste momento os centros veterinários sentem exatamente o oposto. Se há excesso de médicos veterinários, onde é que eles estão?”. Parece-me que esta observação mantém-se muito atual.

Complementarmente, coloca-se outra questão: por que razão é assim tão difícil gerir pessoas? Porque somos todos diferentes, racionais e/ou emotivos, temos opiniões próprias, interpretações distintas sobre a realidade, diferentes motivações e expetativas e, mais interessante ainda, muitas vezes mudamos de opinião ao “sabor do vento”. No mundo de hoje, cada vez mais. O que complica tudo.

Um dos temas mais prementes no domínio dos recursos humanos é a sua produtividade. A produtividade tem correlação direta com vários fatores: começa pela capacidade técnico-comercial do recurso humano, passando por toda a envolvente que o rodeia (instalações, condições de trabalho, equipamentos, perfil dos clientes, casuística, relacionamento pessoal, entre muitos outros) e, não menos importante, da capacidade de liderança dos órgãos de gestão. Não aprofundarei esta temática da liderança no presente artigo, pois já o fiz por algumas ocasiões no passado. Hoje focar-me-ei no tema da produtividade nos centros veterinários, em particular dos médicos veterinários.

Convém contextualizar que a rubrica dos gastos com pessoal é das que mais pesa nas contabilidades dos centros veterinários portugueses (e não só): tradicionalmente, entre 35% e 50% do total da faturação (sem IVA). As boas práticas de gestão veterinária sugerem que devem situar-se idealmente entre os 30% e 35% do total da faturação (sem IVA), mas são muito poucos os CAMV que apresentam este desempenho de enorme eficiência e produtividade. Analisando vários negócios veterinários distintos, consideramos aceitável um valor até os 40%, sendo que até poderá ser um pouco mais se o negócio estiver em expansão, pois é natural que seja necessário um investimento inicial superior para se obter um retorno económico a curto/médio prazo. As mesmas boas práticas de gestão veterinária sugerem que desses 40%, 20 pontos percentuais devem suportar os custos com os médicos veterinários e os restantes 20 pontos percentuais com o restante pessoal.

Mas será que os nossos colaboradores têm real noção do seu custo efetivo para a empresa? A resposta é simples: não! Quando faço a simulação que apresentarei de seguida, a incredulidade e estupefação tomam conta dos diretores clínicos!

Vejamos então o seguinte exemplo, que poderia perfeitamente servir como exemplo de remuneração de um médico veterinário num CAMV. Calculemos os valores anuais:

  1. Salário Base: 1.000 € x 14 meses = 14.000 € [1]
  2. TSU (a cargo da empresa): 14.000 € x 23,75% = 3.325 €
  3. Subsídio de Alimentação: 4,77 € [2] x 22 dias úteis = 104,94 € x 11 meses =1.154,34 €
  4. Urgências: 150 € x 11 meses = 1.650 €
  5. TSU s/ Urgências: 1.650 € x 23,75% = 391,88 €
  6. Seguros de Acidentes de Trabalho = 1.000 € x 1% [3] x 14 meses = 140 €
  7. Medicina, Higiene e Segurança no Trabalho = 50 € [4]
  8. Formação Profissional: 750 € [5]
  9. Fundos de Compensação: 1% x 1.000 € x 14 meses = 140 € [6]

Total Anual: 21.601,22 €

Total Mensal: 1.800,1 €

Uns singelos 1.000 € de vencimento base têm um custo efetivo de 1.800 € para a empresa, ou seja, 80% acima daquele valor! E nesta simulação não estou a contemplar valores superiores em formação e subsídio de alimentação, diuturnidades, prémios de produtividade, horas extras, isenção de horário, subsídios de turno e outros complementos sujeitos a tributação fiscal. Porque se assim for, o custo efetivo do colaborador facilmente duplica em relação ao seu vencimento base.

Mas então, se estes gastos com pessoal nos nossos centros veterinários representam cerca de 40% do total da faturação, quanto é que um médico veterinário deveria “vender” (ou devo dizer, para não ferir suscetibilidades, “ajudar o cliente a comprar”?) mensalmente para que possa ser considerado “produtivo”? Na literatura anglo-saxónica, deveria ser pelo menos 5 vezes o seu ordenado, mas como sabemos a forma de atribuição e cálculo dos ordenados nesses países difere da do nosso país. Após várias análises internas na VetBizz Consulting, e ao longo dos anos, concluímos que um médico veterinário deverá faturar pelo menos 4,5 vezes o seu custo efetivo para podermos começar a considera-lo “produtivo” e/ou “rentável”. Pelo exemplo anterior, o médico veterinário deveria faturar mensalmente 8.100 € (com IVA incluído, recordando que este imposto é para ser entregue ao Estado).

Não tenho dúvidas que um colaborador motivado apresenta potencialmente melhores níveis de produtividade e, consequentemente, melhores resultados comerciais (e clínicos). Mas também não é menos verdade que um CAMV que tenha na sua equipa um conjunto de médicos veterinários que não faturam pelo menos 4,5 vezes o seu custo mensal efetivo não é seguramente um CAMV rentável.

[1] No fundo, o colaborador recebe 14 meses mas só trabalha 11.

[2] O nº 1 do artigo 20º da Lei nº 42/2016 – Orçamento do Estado para 2017 procedeu à atualização do subsídio de refeição da função pública para o valor de 4,77 euros, com efeito a partir de 1 de agosto de 2017.  Desde 2017 que se mantém o valor referente a este subsídio. No Orçamento do Estado 2021 não foram mencionadas quaisquer alterações relativamente ao tema. Se este subsídio for pago em cartão refeição há isenção de imposto para ambas as partes até 7,63 € diários. Também de referir que há CAMV que optam voluntariamente por pagar 12 meses de subsídio de alimentação.

[3] Considerada uma média observada nos CAMV.

[4] Os valores observados nos CAMV variam entre os 25 € e 100 €.

[5] Habitualmente, nos CAMV que comparticipam cursos aos médicos veterinários os valores intervalam entre os 500 € e 1.000 € anuais, podendo naturalmente ser superiores se a gerência assim o entender.

[6] O pagamento é obrigatório, mensal e corresponde a 1% do vencimento base e diuturnidades a que os trabalhadores tenham direito, distribuído da seguinte forma: 0,925% ao Fundo de Compensação do Trabalho (se aplicável) e 0,075% ao Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho. A entidade empregadora realiza 12 pagamentos por ano, correspondendo a 12 vencimentos mensais dos seus trabalhadores. As entregas não incidem, portanto, sobre os montantes abonados a título de subsídio de férias e subsídio de natal.



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